A hérnia de disco é uma patologia complexa, mas o prognóstico é muito positivo em vários casos. Neste artigo, mostramos quais são os sintomas e soluções da hérnia de disco canina. Confira o artigo que preparamos para ajudar o pai e mãe de pet para saber tudo sobre a doença.
Da série “doenças que afetam tanto nós, quanto nossos fofieneos” está a difícil Hérnia de Disco em cães! Sendo uma das patologias mais complexas que podem acometer nossos cãezinhos, esse problema se caracteriza como uma lesão que ocorre quando um ou mais discos da coluna vertebral saem do lugar e passam a comprimir os nervos próximos.
Além de proporcionar uma dor muito intensa aos nossos bichinhos, até o momento, essa doença não passível de cura, sendo a informação ainda a melhor forma de prevenção. Por isso, vamos deixar a introdução de lado e ir para o que interessa?
O que é a Hérnia de Disco em Cães
Conhecida como Discopatia Canina ou Doença do Disco Canina, a hérnia em cachorros é uma degeneração aguda ou crônica do disco intervertebral – uma estrutura que fica entre as vértebras da coluna vertebral.
Quando aguda, dizemos que ocorreu a saída do conteúdo gelatinoso que estava dentro do disco intervertebral. Esse material que saiu de dentro do disco ou simplesmente herniou, estava “doente”, alterado na sua textura original (deixou de ser aquosa / gelatinosa, tornando-se dura como grãos de areia).
Fica claro então que isso facilita o rompimento externo da camada protetora do disco e que ocorra então o choque dos “pequenos grãos de areia” contra a medula espinal ou os nervos que ficam na vizinhança desses discos.
Tipos de Hérnias de Disco
Quando falamos de hérnias discais em cachorros, é possível diferenciar três tipos diferentes:
- Tipo I: afeta, principalmente, as raças pequenas, de coluna larga e patas curtas, entre os 2 e os 6 anos de idade. Pode ser provocada por movimentos bruscos na coluna e aparece de forma aguda ou como uma evolução progressiva de diversos traumatismos pequenos;
- Tipo II: afeta raças de grande porte entre os 5 e os 12 anos de idade. A evolução é lenta e, por isso, a manifestação também é mais tardia. Essa hérnia provoca uma compressão lenta e progressiva da medula espinhal;
- Tipo III: Nesse último caso, o material do disco intervertebral sai do canal medular acidentalmente, provocando uma hérnia grave e severa que, em muitos casos, acaba por provocar a morte do animal.
O diagnóstico
O diagnóstico do Disco de Hérnia Canino deve ser feito por ortopedista ou neurologista veterinário especializado. Ele é feito através de uma radiografia simples (Hérnia de Disco do Tipo II – tratamento clínico), Tomografia Computadorizada ou Ressonância Magnética (Hérnia de Disco do Tipo I – neurocirurgia).
Através desses exames, ele poderá observar em que estado de deterioração se encontra o disco invertebral afetado, além de identificar o tipo de hérnia discal. Os diferentes tipos de deterioração são distinguidos da seguinte forma:
- Grau I: o cão sente dor e uma ligeira irritação, mas ainda não há perda da mobilidade das pernas e não existem danos neurológicos;
- Grau II: o cachorrinho caminha, porém com dificuldades, revelando uma perda de equilíbrio e de postura. Nessa fase a hérnia começa a comprimir a medula e, por isso, surgem as primeiras lesões neurológicas.
- Grau III: As lesões neurológicas começam a ganhar um caráter mais grave como consequência da elevada compressão da medula. O cachorro apresenta uma paralisia leve (chamada paresia) em uma ou nas duas patas traseiras, o que faz com que não possa caminhar corretamente;
- Grau IV: A paralisia piora e o cão começa a mostrar indícios de retenção urinária;
- Grau V: É o grau mais grave. A paralisia e a retenção urinária são acompanhadas por uma perda da sensibilidade nos membros afetados;
Os sintomas
- Na discopatia cervical (pescoço):
Podem apresentar cabeça para baixo com restrição dos movimentos do pescoço, olhar sofrido, dor (não aceitam passeio com guia e coleira), vocalização repentina aparentemente sem motivo, se alimentam menos, podem começar a mancar nas patas da frente ou das quatro patas (variável).
- Na discopatia tóraco-lombar (costas):
Podem apresentar episódios de dor, aparência corcunda, fraqueza aguda e repentina das patas traseiras, incoordenação motora com rápida progressão e paraplegia, com sinais de incontinência urinária. Geralmente esses cães já foram tratados algumas vezes com anti-inflamatórios e analgésicos. Cuidado com a transição do que é quadro crônico para o quadro agudo.
As causas
Nas raças pequenas chamadas condrodistróficas, ocorre uma transformação do conteúdo interno do disco, o chamado núcleo pulposo. Ele que é formado principalmente por água em sua composição, além de condroitina e queratina, possui uma propriedade hidro elástica; contudo o disco se degenera perdendo água, desidratando-se e ocorrendo necrose das fibras, podendo mineralizar-se.
Essa degeneração condróide tem início por volta dos 8 meses até 1 ano de idade e evolui até cerca de 6 a 7 anos de idade. São esses os cães que estão sob maior risco de sofrerem Hérnia de Disco do Tipo I com saída de conteúdo do núcleo pulposo para o canal vertebral e passarem por neurocirurgia da coluna vertebral.
Já nas raças maiores chamadas não-condrodistróficas, isso não ocorre, e a degeneração é do tipo fibroide, mais lenta, ocorrendo por volta dos 8 aos 10 anos de idade e menos agressiva pois não ocorre a mineralização do conteúdo dos discos e sim apenas a inflamação com o inchaço dos discos intervertebrais (Hérnia de Disco do Tipo II), podendo em menor proporção precisarem de neurocirurgia.
As raças mais afetadas pela Hérnia de Disco
A hérnia de disco em cães ocorre em várias raças pequenas e grandes também. As mais acometidas de tamanho pequeno são:
- Dachshund;
- Lhasa Apso;
- Shitzu;
- Cocker Spaniel;
- Maltês;
- Poodle;
- Beagle;
- SRDs – Sem Raça Definida;
Entre os cães maiores estão:
- Labrador;
- Golden Retriever;
- Pastor Alemão;
Parece não haver diferença quanto ao sexo dos animais, sendo machos e fêmeas “igualmente” afetados.
O tratamento
De maneira geral, com anti-inflamatórios esteroidais (corticoides), analgésicos, relaxantes musculares e repouso é possível tratar casos de Protrusão ou inchaço do disco sem saída de conteúdo discal para o canal vertebral.
Em relação ao tratamento para os casos de extrusão de disco ou saída de conteúdo discal com compressão da medula espinal com consequente paraplegia do animal, o neurocirurgião veterinário poderá indicar o procedimento de descompressão da medula espinal. Na oportunidade o pet deverá ter as condições necessárias para receber esse tipo de procedimento cirúrgico.
A prevenção
A melhor forma de se prevenir a DDIV nos cães é conversar com o médico veterinário especializado em neurologia da coluna vertebral. Agende uma consulta, pergunte, exponha suas dúvidas, enfim, ele poderá orientá-lo da melhor forma possível, dar-lhe dicas e sugestões que serão de muita utilidade para tratar o seu amigão pet da maneira que ele precisa ser tratado.
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Até a próxima, Aulovers! ??